Artigo por Armando Martinho – CTO Linkcom
A adoção de um Plano de Recuperação de Desastres robusto não é apenas uma questão de infraestrutura técnica — é um fator determinante na longevidade e resiliência das empresas no cenário atual. Com a complexidade crescente das infraestruturas digitais e a sofisticação das ameaças cibernéticas, as organizações precisam de estar preparadas para responder de forma célere e eficaz a qualquer tipo de interrupção.
O impacto real de um desastre, seja uma falha de sistema ou um ataque cibernético, raramente é compreendido na sua totalidade até que o incidente ocorra. Nessa altura, a capacidade de mitigar os danos pode já estar gravemente comprometida. Este cenário evidencia a importância vital de uma preparação prévia, onde um plano de recuperação bem estruturado não só minimiza os danos, mas também garante uma resposta eficaz e a rápida retoma das operações.
A recuperação de desastres, nos dias de hoje, vai muito além das falhas técnicas tradicionais. A ameaça crescente dos ciberataques obriga a que os planos de recuperação contemplem também as etapas a seguir num cenário pós-ataque.
É essencial que as empresas saibam exatamente o que fazer, quais as prioridades e em que ordem executar as ações. Sem um plano claro, a recuperação torna-se caótica, amplificando os prejuízos e prolongando o tempo de inatividade.
Identificar os ativos da organização e mitigar riscos é, por isso, o ponto de fulcral de qualquer plano de recuperação de desastres eficaz. O reconhecimento dos riscos e a implementação de medidas proativas como backups regulares, segurança cibernética reforçada e/ou redundância dos sistemas são essenciais para diminuir o impacto de possíveis falhas. Mais do que minimizar os impactos, em alguns casos, estas medidas podem ajudar a identificar falhas e até prevenir o desastre.
O verdadeiro valor de um plano de recuperação de desastres está na capacidade de garantir um regresso rápido às operações normais, sendo o tempo um fator crítico. Empresas sem um plano adequado podem enfrentar perdas catastróficas. Imagine os custos de um ciberataque, de uma falha de hardware ou de um desastre natural. A recuperação sem uma estratégia sólida pode ser devastadora tanto em termos de recursos como de tempo.
Exemplos Reais de Impacto por Setores
Setor da Saúde:
Problema: Um ataque de ransomware ao UVM Medical Center nos EUA causou um bloqueio completo dos sistemas hospitalares.
Impacto: A recuperação levou três semanas, resultando numa perda estimada em 50 milhões de dólares, principalmente devido à perda de receitas e à interrupção dos cuidados aos pacientes
Solução: Um plano de recuperação robusto, incluindo backups regulares e protocolos de resposta imediata, poderia ter minimizado o tempo de inatividade e as perdas financeiras.
Setor Financeiro:
Problema: O ataque de ransomware Petya afetou várias empresas globais, incluindo o Banco Nacional da Ucrânia e a farmacêutica Merck.
Impacto: Estima-se que este ataque tenha causado perdas superiores a 10 mil milhões de dólares em todo o mundo
Solução: Redundância de dados com isolamento de sistemas “air-gap” e processos controlados de failover são cruciais para garantir que as operações continuem sem interrupções e que a confiança dos clientes seja mantida.
Retalho e Comércio Eletrónico:
Problema: Durante o ataque global de WannaCry, grandes empresas como a FedEx e a Renault viram-se forçadas a parar as suas operações.
Impacto: As perdas financeiras globais associadas ao ataque WannaCry foram estimadas em 4 mil milhões de dólares
Solução: Infraestruturas baseadas na cloud com replicação de dados poderiam ter assegurado a continuidade das operações, minimizando o impacto sobre a experiência dos clientes.
Indústria:
Problema: A empresa de engenharia EMCOR Group sofreu um ataque de ransomware com o vírus Ryuk, resultando na interrupção das operações críticas.
Impacto: A recuperação total do ataque causou prejuízos de mais de 60 milhões de dólares globalmente
Solução: Soluções de monitorização contínua dos sistemas e capacidade de rollback rápido ao nível do software poderiam ter minimizado o tempo de paragem e mantido a continuidade da produção.
A implementação de um plano de recuperação de desastres não deve ser encarada como uma responsabilidade isolada de uma única empresa.
A interdependência entre parceiros, fornecedores e clientes exige uma abordagem de consciencialização global. Todos os intervenientes da cadeia de valor devem estar preparados, pois se todos tiverem as suas operações protegidas e resilientes, haverá menos portas de entrada para potenciais ataques. Esta mudança de paradigma é essencial para garantir a continuidade operacional em tempos de crise.
Garantir a recuperação de desastres não é apenas restaurar sistemas — é garantir a resiliência de todas as operações de um negócio. Um plano eficaz de recuperação de desastres deve ser visto como uma ferramenta estratégica essencial, que assegura não só a sobrevivência da empresa perante adversidades inesperadas, mas também a sua capacidade de prosperar.
Na Linkcom, possuímos o conhecimento e as soluções necessárias para ajudar as empresas a desenvolver e implementar planos de recuperação de desastres eficazes, capazes de proteger ativos críticos, minimizar o impacto de desastres e garantir a continuidade das operações.
Não se trata apenas de sobreviver a um incidente, mas de assegurar que, mesmo em tempos de crise, a sua organização consegue prosperar e continuar a crescer.
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